para o Teatro da UFPE, domingo.
Judeu e gaúcho, Rafinha Bastos, um dos homens de preto que sacudiram a televisão brasileira com o programa CQC (Custe o que custar, às segundas, na Band) aporta no Teatro da UFPE, domingo, para seu primeiro show de stand up comedy na cidade. E qual a razão de abrir a matéria frisando a religião e local de nascimento do rapaz, que poderia fazer sucesso a despeito de ser católico, agnóstico, recifense ou ugandense? Por que só os judeus e gaúchos, assim como as louras, os argentinos e os portugueses, sabem as toneladas de paciência necessárias para aguentar as piadas sobre suas “condições”. Rafinha Bastos tem uma saída de mestre: em seu show A arte do insulto, um dos alvos de seu balde de ácido são exatamente os gaúchos. E judeus, é claro.
Abordando “mais de 300 assuntos” durante 1h10 de apresentação, o jornalista, ator e comediante (também visto no programa Mothern, do GNT) já sofreu algumas rebordosas ao tocar em “assuntos não convencionais”, como gosta de classificar a temática de seu repertório. “Já aconteceu ver espectador ir embora, já parei o show para conversar com gente da plateia, já debati. Toco em algumas feridas, é normal que isso aconteça. Mas estamos preparados”, diz ele.
A arte do insulto, que cumpre temporada no teatro shopping Frei Caneca, em São Paulo, foi criado em 2007, mas alguns textos vêm de 2004, quando Rafinha já estava nos palcos com alguns dos colegas que hoje estão ao seu lado no CQC (Danilo Gentili e Oscar Filho). Apesar do tempo passado, ele diz que não vai atualizando o show com novas questões – o que o público vê no palco é basicamente o que vai no “Rafinha interior”, não o que rola no senado, jornais e internet. “São assuntos de meu cotidiano, minhas experiências pessoais. Mas estou preparando um novo show para o ano que vem”, antecipa. Uma das características do ator que já foi jogador de basquete nos EUA é o tom satírico-político visto tanto no CQC quanto em A arte do insulto. É uma maneira, diz ele, de unir sua formação de jornalista ao humor que tanto aprecia fazer. Alguma sugestão para o cachorro morto (morto?) que ultimamente se tornou o jornalismo diário? “Acho que falta experimentalismo, novos formatos, tentar algo diferente”, diz ele, comentando que a resposta do público ao programa já é em si uma maneira de mostrar essa vontade por novas idéias.
Enganam-se, porém, aqueles que acreditam no desprendimento total do gaúcho em relação a certos temas: o ator também tem seus preconceitos, não nega. “Com gostos musicais, experiências sexuais... são vários, sou uma pessoa como qualquer outra.” A arte do insulto acontece às 19h, domingo. Os ingressos custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). A censura é de 14 anos.
Fonte: JC ONLINE
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