PARALISIA CEREBRAL, UM TABU A SER QUEBRADO

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

NOTICIA - 'Entrevista com Rafinha Bastos'

Uma das pérolas: “Confesso que não falo muito de política no palco. É difícil concorrer com os comediantes de Brasília”

Este domingo Cuiabá recebe um fenômeno da comédia atual, Rafinha Bastos conta milhões de acessos no YouTube e há pouco mais de um ano no programa CQC (Custe o Que Custar) da Band tem aumentado ainda mais sua rede de fãs. Apesar disso não é dado a entrevistas o que deixa este caderno mais feliz em poder compartilhar com você a ironia fina e ácida deste artista versátil e inteligente. A apresentação da Arte do Insulto aconteceria no Centro de Eventos do Pantanal apenas às 19h, mas devido à procura foi aberta uma apresentação extra para o mesmo dia e local, às 21h. A organização está a cargo do site Jacaré Banguela (pérola do humor nacional made in Cuiabá). Os ingressos podem ser encontrados nas lojas Tonon do Shopping 3 Américas e Pantanal Shopping.

Antes da entrevista propriamente um pouco mais sobre o Rafael. Ator e jornalista porto-alegrense radicado em São Paulo, Rafinha Bastos é um dos fundadores do bem-sucedido Clube da Comédia, espetáculo de stand-up comedy que reúne, na capital paulista, humoristas como Marcelo Mansfield, Danilo Gentili, Oscar Filho e Marcela Leal.

Criador do site de videossátiras “Página do Rafinha”, ele é também um dos pioneiros do humor na internet brasileira e um dos humoristas mais assistidos no país. Os poucos trechos de seu espetáculo “A Arte do Insulto” postados ali (http://www.youtube.com/rafinhabastos) já tiveram mais de milhões de acessos.

Diário de Cuiabá - O que diferencia o humor stand-up da sua participação no CQC?

Rafinha Bastos - São duas formas de comunicação bem diferentes, mas meu humor é muito parecido em ambos. Sou apenas um, seja na TV ou no teatro.

Diário - O stand-up privilegia a presença do humorista no palco que constrói seus textos a partir de experiências pessoais e observações do cotidiano. Houve alguma adaptação para participar do CQC? Afinal, a TV exibe um humor diferente dos palcos.

Rafinha - Não. Eu já trabalhava na televisão bem antes de entrar na comédia, ou seja, toda a experiência de reportagem eu já carregava. Na bancada, a minha participação tem um formato muito parecido com o da stand-up comedy, a diferença é que no palco tudo o que eu digo é escrito por mim, na TV nem sempre.

Diário - Você diria que o humor brasileiro passa hoje por uma renovação e a tendência é se inclinar ainda mais para uma prática inspirada na rotina das pessoas e temas que estão em debate na sociedade?

Rafinha - Eu acho que isso sempre foi feito. O Chico Anysio criava personagens em cima da realidade. O Jô fazia críticas duras em suas esquetes. Acho que isso agora está apenas mais claro agora que estamos de cara limpa no ar.

Diário - Outros humoristas do CQC como Danilo Gentili, Marco Luque, Felipe Andreoli e Oscar Filho também apresentam peças de stand-up. Vocês analisam a possibilidade de percorrer o país numa apresentação em conjunto?

Rafinha - Essa possibilidade é praticamente nula. Gravamos todos em datas e horários bem diferentes. É difícil até mesmo seguir a minha própria agenda, quanto mais buscar disponibilidade na agenda dos amigos.

Diário - Você já exibiu suas peças de stand-up em Portugal. Deu para perceber muitas diferenças com relação à receptividade deste tipo de humor?

Rafinha - Somos absolutamente iguais. Eles são apenas mais comportados.

Diário - Você já fez parte de equipes profissionais de basquete. Quais aprendizados a prática esportiva deixou para o Rafinha Bastos de hoje?

Rafinha - A competição, o coleguismo, a generosidade, o trabalho duro. Tudo isso é muito forte no esporte. É tudo aprendizado que eu trago dos tempos de quadra.

Diário - Consta na sua experiência profissional a apresentação de um programa erótico feito no rádio ao lado da radialista Dani Taranha. Essa experiência foi algo inusitado na sua carreira? O que marcou este período?

Rafinha - O meu humor é o mesmo seja falando de sexo ou de política (não que sejam atividades muito diferentes). Foi uma experiência única trabalhar em rádio, mas não é algo que eu quero seguir fazendo.

Diário - Com relação ao tema político, você entende que o Brasil se encaminha para uma sociedade mais justa ou estamos apenas patinando?

Rafinha - Estamos em um momento em que o povo não suporta mais as injustiças, as mentiras, a corrupção. Estamos evoluindo. O dia que tratarmos dos assuntos importantes para o país com a mesma paixão que fazemos com o futebol, esse país vai deslanchar. Precisamos de mais protesto.

Diário - Comenta-se muito que os jovens são a salvação do país. Em sua opinião, a nova geração está engajada politicamente? Podemos pensar em melhorias no campo político?

Rafinha - Não acho que é uma questão de geração. Sinto-me feliz por estar informando um novo público. Estou fazendo a minha parte, mas é preciso haver mais engajamento de todos.

Diário - Com o bate-boca de senadores no Congresso Nacional fica difícil levar a política a sério. Esse cenário é uma boa fonte de inspiração para humoristas?

Rafinha - Confesso que não falo muito de política no palco. É difícil concorrer com os comediantes de Brasília.

Diário - O que pode se esperar da primeira apresentação de stand-up de Rafinha Bastos em Cuiabá?

Rafinha - Estou muito empolgado. Há muito tempo eu recebo e-mails de Cuiabá e tenho certeza que essa parceria com o Jacaré Banguela me dará a possibilidade de fazer dois grandes shows.

Serviço:

O QUE: Teatro – Arte do Insulto

QUANDO: Domingo, 19h e 21h (extra)

ONDE: Centro de Eventos de Cuiabá

QUANTO: R$ 60 (inteira), R$ 30 (meia)

INFORMAÇÕES: (65) 8413-2107, www.rafinhabastos.com.br

Fonte: Diário de Cuibá

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