PARALISIA CEREBRAL, UM TABU A SER QUEBRADO

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

NOTICIA - 'Danilo Gentili: Vida de garotão, e daí?'

Humorista do programa CQC, que atormenta os políticos em Brasília, mostra um pouco de seu mundo fora da tela, com cama de solteiro, TV gigante, game, bonequinhos...

 - Foto: Thiago Bernardes - 0

Passa do meio-dia. É um apartamento nos arredores da Avenida Paulista, em São Paulo. A campainha toca e o humorista Danilo Gentili, 30 anos, abre a porta usando jeans, camiseta, tênis All Star e um bom par de olhos inchados. O ''bom-dia'' é sonolento. Foi uma noite pouco tranquila. ''Acordei às 10h da manhã, não me acordaram, não'', diz um dos CQCs mais cara de pau do programa da Band - afinal, um deputado já cheirou seu sovaco e sua especialidade é justamente provocar políticos. As horas seguintes não vão ser um papo tradicional, comportado, sério - tudo vai ter ''mentirinhas claramente mentirosinhas'', humor sarcástico, mau humor típico dos que fazem rir e odeiam ter de atuar como humoristas full time. Danilo topou levar CONTIGO! para passear nos arredores da avenida cartão-postal de São Paulo, mostrar seu canto - um apartamento pequeno e jovial, mas ele raramente está lá, pois passa a semana viajando a trabalho - e falar absurdos, muitos absurdos.

 - Foto: Thiago Bernardes - 1

Na sala de seu apartamento, a enorme TV de LCD passando Indiana Jones, seu filme favorito.


''Estou na TV!''
''Olhe como eu estou gordo'', ele se espanta ao se ver em um vídeo no YouTube. O boné é grudado à cabeça: ''Meu cabelo é zoado, de manhã é mais fácil pôr o boné do que pentear o cabelo''. Ele está famoso depois de um ano e meio no programa, usando o tradicional terno preto. Mas a vida de Danilo continua como a de um garotão. A cama é de solteiro no apartamento - e não havia lençol, talvez por causa da noite agitada. Vários bonequinhos do Indiana Jones e Simpsons na mesinha do escritório, colada à cama. Na sala, uma tevezona que mal cabe no lugar, para ele assistir aos filmes que adora - ah, Indiana Jones, de novo. Pouca mobília, sem quadros na parede, videogame.

Enfim, a mulherada anda sorrindo para o humorista? Sem namorada, argumentando que viaja sempre e que não teria uma relação saudável, admite que sim e manda uma resposta-moleque. ''Agora eu não preciso mais pagar, eu estou na TV!'' Claro que é uma brincadeira.

 - Foto: Thiago Bernardes - 2

O quarto com a cama de solteiro, mesa com computador e bonequinhos.

Perda do pai e da irmã
Em uma caminhada pela Avenida Paulista, ele foi parado mais de dez vezes por fãs, que pediram fotos, autógrafos e até alisaram seu rosto, que carrega traços de menino-fofo-bonzinho. ''Algumas vezes isso me constrange, eu não encorajo, mas agora eu já dei abertura, não posso voltar atrás'', ele diz sobre a legião de fãs, sendo que algumas sabem sua agenda e são até amigas da mãe do humorista, Guiomar Gentili, 55.

Ao falar da mãe, ele lembra os momentos difíceis pelos quais passou, quando aos 17 anos perdeu o pai, Danilo, que sofreu um enfarto, e seis meses depois, a irmã, Karina, vítima de um acidente de carro. ''Em menos de seis meses me vi apenas eu e minha mãe. Eu precisando estudar, sem dinheiro, devendo aluguel, devendo tudo. Por mais que minha mãe fosse forte e não deixasse transparecer nada, de certa forma mexe, né?'' Eles moravam em Santo André, na Grande São Paulo. Danilo prestou concurso público e com o salário pagou a faculdade de publicidade, que ele acha que foi um desperdício. ''Faculdade serve para ir para o bar e fumar maconha, e nem isso eu fazia!'', diz, com enfado-humorístico.

Como bom comediante, ele tem uma biografia com toques ''extraordinários''. Ele diz que aos 14 quis explorar seu lado espiritual e se identificou com a Igreja Batista, evangélica: ''Minha família ficou maluca, porque eles eram católicos e de repente eu virei crente!''.

 - Foto: Thiago Bernardes - 3

Uma parada na Avenida Paulista. Ele pega, do chão, um exemplar do jornal Metro. ''Veio sem minha coluna!'', diz o humorista, que escreve para a publicação.


Além das apresentações stand-up no Teatro Frei Caneca, em São Paulo, todas às sextas-feiras, vemos no balcão da cozinha um projeto-sonho de Danilo: um livro intitulado Como Ser o Pior Aluno da Escola, com ilustrações e texto assinados por ele. Dentro de seu espírito, o livro é exatamente o que explica o título, um manual de dicas para se tornar um mau aluno. ''Como eu!'', brinca.

Fonte: Revista Contigo

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