PARALISIA CEREBRAL, UM TABU A SER QUEBRADO

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

NOTICIA - ' @MarceloTas: "brasileiro está cansado de ser tratado como idiota." '

O primeiro debate político online do País, promovido nesta semana por Folha/UOL, foi poderoso. Esteve na lista dos termos mais comentados mundialmente no Twitter, foi visto por 1,4 milhão de pessoas no Brasil e assistido por 127 países. Mas, ao que parece, o maior legado que o evento deixa é o poder ativo do conceito digital no modelo de comunicação entre políticos e eleitores.

Jornalista, blogueiro e apresentador do "CQC", Marcelo Tas falou ao Adnews sobre o assunto. Criador do Ernesto Varela, repórter fictício que ironizava personalidades políticas com perguntas desconcertantes, manteve o tom ao criticar o debate e propaganda política apresentadas nas Eleições 2010. "O brasileiro está cansado de ser tratado como idiota, criança. O debate político está chatíssimo. Estamos voltando para séc. 20 ou 19. Se apostar na blindagem, controle, censura, vão tornar o debate algo sozinho", critica Tas.

Por tais motivos, gostou do que viu no debate online e comemorou avanços. Valorizou dois pontos em especial: um deles é a interatividade que trouxe perguntas de diversos lugares e foi impulsionada pelas redes sociais. A participação via Twitter de Plínio de Arruda Sampaio, candidato excluído do debate e chamado por Tas de “hacker da 3ª idade”, foi citada como exemplo de interação. O outro destaque é a humanização dos políticos. “Foi bom ver os candidatos com cara de ser humano. É bom para eles serem obrigados a responder e isso os aproxima do eleitor".

A culpa é deles

Chamado por Tas de "engessado", a culpa pelo modelo maçante de debate na TV foi atribuída aos políticos e seus assessores. O jornalista ressalta que o formato é decidido essencialmente por eles e revela a pressão contra as emissoras. Realizadora do primeiro debate entre candidatos na TV, a Band não escapou e enfrentou negociação “pesadíssima” com os participantes."Isso é burro e empurra a campanha para zona de chatice em que ninguém vai prestar atenção. Todo mundo sai perdendo e a população vai assistir ao futebol”, afirma em referência à briga de audiência entre Band e Globo no dia que em o debate enfrentou a semifinal da Taça Libertadores.

A baixa adesão, porém, não representa falta de interesse do público. Para Tas, o brasileiro gosta sim de política. O problema apontado por ele é a mesmice e “chatice” com que os marqueteiros pensam ao criar a comunicação de seu candidato que provocam “anestesia no eleitor”. Por isso, alguns conselhos do jornalista para os marqueteiros se fazem necessário.

Segundo ele, campanhas políticas dos EUA, Reino Unido e outros países desenvolvidos devem ser avaliadas e levadas em conta como referência. “Lá as pessoas quebram o pau se discordam de algo”, explica cobrando campanhas que, assim como lá, deem detalhes sobre a vida e histórico dos candidatos e melhor preparem o eleitorado para o voto.

Apesar de ferrenho defensor das redes sociais, Tas avisa que a evolução tecnológica não será suficiente para acabar com a clássica fórmula da comunicação política. Como conselho para as próximas Eleições, alerta que a mudança deve ser intelectual. “Não adianta as ferramentas evoluírem e o cérebro continuar no mesmo século passado”.

Fonte: AdNews

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