PARALISIA CEREBRAL, UM TABU A SER QUEBRADO

sexta-feira, 24 de junho de 2011

@CortezRafa lança disco de violão clássico


Rafael chegou a estudar de seis a oito horas por dia.

Ele botou a cara, o traseiro e os dedos a tapa. Rafael Cortez, 34, humorista conhecido pelas tiradas sarcásticas no televisivo CQC, decidiu apostar na sua maior paixão: a música. O CD “Elegia da Alma”, o primeiro de uma carreira que começou na adolescência, expõe o lado doce do ator e jornalista formado pela PUC de São Paulo. Nele, Cortez toca violão em 15 faixas de autoria própria. Antes de ficar conhecido como o repórter enxerido  e amealhar quase 1 milhão de amigos no Twitter, ele havia produzido 200 CDs de faixas gravadas em 2005, com “repercussão zero”, segundo ele. Hoje, são 5 mil cópias de “Elegia da Alma”, também no esquema independente. Na semana passada, ele levou para o teatro Tuca suas músicas e piadas, numa mistura de recital e stand up. “Me senti muito estranho, desconfortável”, diz. Em entrevista para a Época São Paulo, Cortez fala como pretende ser levado a sério nesta nova empreitada, e lista suas maiores influências para o instrumento.

Você é conhecido por sempre estar tirando as pessoas do sério. Não teme que isso aconteça com você, agora?
Botei a cara a tapa, estou me expondo, mas todo músico quer ser ouvido. Seria muito fácil ficar fazendo humor e deixar o meu lado violonista de lado.

Mas as críticas podem causar arrependimento por ter saído da toca?
As críticas já estão acontecendo, e eu esperava. Na realidade, tenho mais medo daquelas pessoas que estão sempre falando bem do meu trabalho. Como no CQC, vai ter gente que vai gostar e gente que não vai gostar. Tenho o pé no chão. Agora, se um violonista que eu admiro falar mal do disco, aí eu vou ficar mal, bem abalado mesmo. Sei que tem gente que toca muito melhor, mas eu quis fomentar o meio.

Como assim?
As músicas para o violão clássico são escassas, antigas. Eu gosto de compor e arranjar e queria renovar um repertório que não se renova. Não sou o melhor nem tenho a pretensão de ser, e espero que a comunidade musical entenda isso.

A comunidade musical não pode achar desrespeitoso um show de violão clássico com piadas?
Olha, eu fiz este show no Tuca na semana passada e foi estranho. O público era formado por adolescentes que estão mais acostumadas às músicas do Justin Bieber. No começo, rolou uma excitação e resolvi intercalar as músicas com as minhas piadas. Mas não consegui voltar ao papel de violonista depois, foi difícil. A tendência é tirar as piadas nos próximos shows. Tenho de separar esses dois lados, mas não é fácil.

Muita gente deve imaginar que seu show tem o estilo do Juca Chaves ou do finado Serginho Leite.
As pessoas esperem que eu cante, e faço isso nos meus shows de stand up. Mas não quero ser um menestrel como o Juca Chaves. Demorou para eu conseguir inserir o violão no meu show de humor ou no CQC, eu levo muito a sério o instrumento, não queria violentar o violão.

Você era daqueles nerds que estudam 24 horas por dia?
Cheguei a estudar de seis a oito horas por dia e acabei enjoando de tanto tocar. Hoje associo o violão ao prazer, só estudo mesmo quando tenho concertos como o da semana passada.

Quando serão seus próximos shows?
Vai demorar um pouco. Minha batalha agora é distribuir o CD para todo o Brasil. Lancei ele de forma independente, sem gravadora e distribuidora. Prensei 5 mil cópias e quero que ele chegue nas lojas. Hoje é possível encontrar o disco na Livraria Cultura, no clube Comedians, do Danilo Gentili. Depois, sim, quero viajar. Ir pro Sul, pra Florianópolis, me divertir. Afinal, sou solteiro, né? (risos).

Assista ao músico e humorista tocando ao vivo



OS PREFERIDOS DE RAFAEL CORTEZ

1.Andrés Segovia (1893 – 1987) – Todo mundo que estudou violão clássico foi convidado a escutar o (espanhol) Andrés Segovia. Ele não tinha a técnica mais apurada, mas foi um revolucionário.

2.Badi Assad - Ela devolveu o meu tesão em tocar violão. Assisti a uma apresentação e descobrir que o violão clássico poderia também ser suingado, moderno. Insisti tanto que acabei sendo aluno dela, mesmo ela não querendo (risos). Sempre fui cara de pau.

3.Rafael Rabello / Baden Powell (1937 – 2000) – Os dois levaram o violão brasileiro para outro patamar. A MPB e a bossa ganharam beleza. Ambos mudaram o tempo e o ritmo das composições.

1 comentários:

Cinthia Souza disse...

Gatíssimo! Anjo de Deus!