PARALISIA CEREBRAL, UM TABU A SER QUEBRADO

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

NOTICIA - ' Felipe Andreoli: "É impossível ser engraçado o tempo todo" '

Até pouco tempo, Felipe Andreoli não sabia dar nó em gravatas. “Uma vez tive que ir a um casamento, e pedi para o porteiro fazer o nó para mim”, conta o jornalista e comediante de 29 anos. Hoje, a gravata, marca registrada do programa CQC (Custe o Que Custar, da TV Bandeirantes), faz parte de seu dia-a-dia, assim como o assédio dos fãs e da mídia - que, segundo diz, até influenciaram no término de uma relação amorosa. Em conversa com a Época São Paulo, Andreoli conta como começou a fazer os brasileiros rirem todas as segundas-feiras, na TV, e fala de seu primeiro monólogo, “Que História é Essa?”, que estreia quinta-feira (5), no Teatro Bibi Ferreira, em São Paulo.

Como veio a ideia de fazer um show só seu?
Por ser jornalista, sempre pensei em fazer coisas mais informativas, como dar palestras. Até mesmo porque se eu tentasse copiar o formato de shows do Danilo (Gentili) ou do Rafinha (Bastos), seria estripado. No ano passado, decidi me dedicar a uma atividade paralela, e comecei a escrever um espetáculo, mas com um formato diferente, não só uma piada atrás da outra. Fui mesclando coisas que aconteceram na minha vida com toques de humor, e acho que consegui o que queria. As pessoas saem do show com risadas, mas também com informações.

Seus colegas do CQC ajudaram a preparar o espetáculo?
Quando comecei a escrever o show, mostrei o texto para o Danilo e ele disse: “Isso é uma história engraçada. Mas agora você tem de colocar as piadas.” Já o Marco (Luque) curtiu muito a ideia de usar as fotos de fundo. Eles me ajudam muito, mas tenho um estilo diferente. Não me sinto com a responsabilidade de fazer rir como o Rafinha ou o Danilo.

Você está nervoso com a estreia em São Paulo?
Apresentar o show no Bibi Ferreira, um teatro com tanta tradição, é muito legal, mas dá um enorme frio na barriga. O que mostro hoje é o resultado dos shows que fiz em outros lugares do Brasil. Fui vendo o que dava certo, criando novas coisas. E comecei pequeno. Bem pequeno, na verdade. O meu primeiro show foi em Presidente Epitácio, uma cidade paulista quase na divisa com o Mato Grosso do Sul.

Por que você acha que a comédia ganhou tanto destaque recentemente?
O CQC e o 15 Minutos (programa de humor da MTV) ajudaram muito a alavancar a comédia na TV brasileira. Não que ela não existisse antes, já havia muita gente fazendo coisas bacanas. Mas com os programas, a coisa ganhou mais visibilidade, e as pessoas puderam conhecer melhor o estilo. Outra coisa que ajuda a comédia stand-up é seu custo baixíssimo. Para um bom espetáculo, não precisa de cenário, ou uma equipe grande. É só ter o comediante e o banquinho. Assim, dá pra fazer turnê por mais cidades e levar o espetáculo para um público maior.

Como você começou a fazer comédia?
Cresci em uma família de médicos. Meu pai quebrou a tradição, e tornou-se jornalista. Isso é tudo culpa dele! Como meus pais eram divorciados, nos finais de semana eu ficava com ele, e muitas vezes tinha que acompanha-lo no trabalho. Eu ia na Globo, na Bandeirantes, e ficava encantado com aquilo. Trabalhei por bastante tempo como jornalista, como produtor, cobrindo esportes, que eu amo. Passei pela Cultura, e na Record apresentei um programa religioso, chamado Se Liga, Jovem. Foi muito importante para eu me soltar. Sempre gostei de fazer matérias leves, de comportamento. Adorava mostrar as coisas por outro ângulo, fazer perguntas inusitadas. O pessoal que fazia a produção do CQC percebeu isso, e eu recebi o convite para fazer um teste. Ai já viu...

Você se considera engraçado?
O estranho é que eu nunca fui o engraçado da família. Os meus primos davam o show, e eu estava sempre ali, em segundo plano. Acho que tenho momentos de humor, mas às vezes fico também introspectivo. É impossível ser engraçado o tempo todo.

O CQC está muito presente no seu novo show?
É difícil separar o CQC do meu show, até porque o programa faz parte da minha vida. O público que vai assistir é mesclado também. Tem os fãs do programa, a maioria bastante jovem, e eles querem ver coisas ligadas ao CQC. Mas acho até que os mais velhos curtem mais, porque entendem referências que faço, como o Fofão, sabe? Quem tem 14 anos provavelmente não sabe quem é.

O assédio dos fãs mudou muito a sua vida?
A reação dos fãs ainda me impressiona, porque nunca vi a fama dessa forma tão intensa. Nos shows, as meninas levam cartazes pedindo selinho, é engraçado. Mas eu entro em desespero quando as pessoas me veem e se emocionam. Costumo dizer “se você chorar eu choro também”. Mas lembro das pessoas de quem eu costumava ser fã, como o jogador de futebol Neto, que hoje é meu amigo. Eu também ficava abalado.

E a vida amorosa, como anda?
Quando comecei no CQC, eu era praticamente casado, morava junto com uma namorada. Tanta exposição com certeza influenciou no término da relação. Agora eu estou solteiro. Sou de todo mundo. (risos).

Que história é essa? Teatro Bibi Ferreira - Av. Brigadeiro Luis Antonio, 931. Tel.: 3105-3129. Todas as quintas de novembro, 21h. R$ 50,00.

Top Five - Os comediantes preferidos de Felipe Andreoli

Robson Nunes – "Ele participou de filmes como Carandiru e Boleiros. Na TV, já fez Malhação, e manda muito bem no palco. Adoro uma cena dele sobre os enredos de carnaval."

Fábio Lins – "Integrante do Santa Comédia, grupo que se apresenta todo domingo no Bleecker St., em São Paulo. É famoso pelos personagem Hugo, o Camelô."

SAIBA MAIS

Marcelo Mansfield – "Participa do Clube da Comédia e está no ramo há mais de vinte anos. Já fez também muitas propagandas e participou do Rá-Tim-Bum."

Eddie Murphy – "Além de ser muito engraçado, o comediante americano tem uma coisa ótima: a expressão corporal."

George Carlin – "Ele faz um humor mais crítico, fala de aspectos sociais. Ganhei recentemente uma coleção de DVDs do meu padrasto, e estou curtindo muito."

Fonte: Época São Paulo

1 comentários:

Lina disse...

O assédio de fãs e da mídia o fez terminar um relacionamento? D: Tadinho.
Deve ser por isso q agora ele estravaza nas matérias com a mulherada bêbada, beijando-as a vontade. hahahahaha!!!
Por isso q eu tinha a impressão de que no começo do CQC eu via um anel no dedo dele. Será q era anel de compromisso... ou de noivado? 9_9

Nyah, vai ver q eu tô vendo demais! ^^;;