Natural de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Monica é formada em Artes Cênicas pela Unicamp e, pretendendo se destacar como profissional, resolveu se inscrever no concurso do programa da Band.
Na atração comandada por Marcelo Tas, Monica tem foco em reportagens sobre política, e é conhecida por suas sutilezas no tratamento de notícias que muitos consideram absurdas. Com a capacidade de tirar a resposta que interessa dos entrevistados, Monica conseguiu balancear o jeitinho feminino com a garra de qualquer repórter pela verdade como ninguém.
Em entrevista exclusiva, “a terceira melhor repórter do CQC” aos olhos de Tas contou como foi o início de sua carreira, os bastidores da construção de cada reportagem da atração, suas dificuldades, e muito mais. Aliás, a entrevista entra no ar em um dia especial: nesta quinta-feira (07/04/2011), é comemorado o Dia do Jornalista. Nada mais propício, não é?!
Monica também falou da sua amizade com os outros integrantes do CQC: “Sou mais próxima do Cortez, do Danilo e do Oscar. De vez em quando assistimos ao programa juntos ou saímos para jantar. São meus amigos queridos! Sei que posso contar com eles pra tudo, sempre me ajudam muito”.
“Somos meio bombeiros: temos que ficar de plantão, esperando a sirene tocar. Se aparece uma pauta a gente sai correndo! Às vezes nem dá tempo de fazer a maquiagem direito!”, analisou.
Além disso, a paulista contou quais são as principais dificuldades na profissão de repórter, e claro, pontuou as mudanças positivas e negativas que aconteceram na sua vida após sua entrada para o programa.
Única integrante que não faz stand-up comedy, Monica não tem vontade de partir para esse tipo de humor, e ela ainda colocou a boca no trombone: “Se eu fizesse um show agora seria para aproveitar o sucesso do CQC e ganhar uma grana. Sei que devo estar perdendo uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro rapidamente, mas isso não me atrai. Durante muitos anos eu tive que trabalhar com coisas das quais eu não gostava para me sustentar. Não quero mais isso”.
Cantadas durante reportagens tiveram lugar no bate-papo. A CQC mostrou seu lado feminista e finalmente esclareceu por que abandonou o Twitter: “Apesar de sentir falta da troca de ideias e do carinho das pessoas, não pretendo voltar”.
Todos conhecem a sua faceta como primeira e única mulher repórter do CQC. Porém, muita gente não conhece como foi sua vida antes de entrar para a “fama”, digamos assim. Para começar, eu gostaria que você contasse um pouco da sua trajetória antes de entrar para o programa.
Eu sou de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Desde muito pequena tinha vontade ser atriz. Comecei a fazer teatro na escola, depois entrei para um grupo amador e na hora de escolher que faculdade cursar não consegui fugir. Me formei em Artes Cênicas na Unicamp e em 2006 me mudei para São Paulo. Já em 2009 resolvi voltar para Ribeirão, as coisas estavam cada vez mais difíceis na capital. E foi durante esta temporada de volta ao interior que decidi me inscrever no concurso do 8° Integrante do CQC. E cá estamos!
Você encontra ainda alguma dificuldade quando faz matérias? Qual é a parte mais difícil desta profissão?
Sempre [risos]! Cada tipo de matéria tem os seus obstáculos. Na política, por exemplo, atenção é tudo. Se você cometer algum deslize ao formular a pergunta, pode dar ao entrevistado a chance de se esquivar ou simplesmente fugir de uma resposta sincera. Já no futebol lidar com as torcidas organizadas é tenso, torço sempre pelo empate. Ninguém merece ter que entrevistar a torcida do time que está perdendo, Ave Maria! Isso sem falar das cotoveladas de seguranças ou da grosseria em excesso de algumas celebridades.
Em suas primeiras matérias, dá pra perceber que muitos políticos colocavam a mão na sua cintura e não te levavam muito a sério. Talvez por machismo. Hoje, eles têm outra postura. Para você, qual foi o momento e o porquê de eles mudaram de postura?
Acho que era uma maneira de eles tentarem me desmoralizar. Mesmo antes de ir para Brasília eu já sabia que seria tratada desse jeito. O Congresso Nacional ainda é um lugar extremamente masculino e machista. Mas a mudança de comportamento dos parlamentares não demorou a acontecer. Desde a primeira vez em que fui para Brasília tentei deixar bem claro qual era o meu papel ali. E hoje é muito bom ver que alguns destes homens, que me trataram com tanto desprezo e sarcasmo no início, correm para seus gabinetes ao me ver. Parece engraçado, mas é verdade, isso acontece!
A Band já revelou que está atrás do nono integrante do CQC. Oscar Filho, Danilo Gentili e Felipe Andreoli indicaram alguns nomes. Você também?
Diretamente não. O amigo de uma amiga pediu para que eu entregasse o seu material na produtora. Entreguei. Amigos são pra essas coisas... Mas não sei a quantas anda essa seleção. Só espero que seja alguém bacana, que vista mesmo a camisa. Porque pode parecer muito divertido fazer o CQC, e é. Mas também é bem difícil, viu?!
E se esse nono repórter for mulher? Vai rolar algum tipo de ciúme?
Nada! Seria ótimo! Eu gostaria muito que fosse uma mulher. Alguém para dividir as minhas aflições, conversar sobre maquiagem... O CQC é extremamente masculino, mas não tão machista quanto o Congresso Nacional [risos]. Sinto falta de um olhar um pouco mais feminino no programa. Quem sabe, né?!
Nesta quarta temporada do programa, você já começou a estrelar comerciais publicitários. Em um informa de uma marca de produtos de limpeza, por exemplo, você assume um discurso “feminista”. Como é sua visão sobre mulheres e homens?
Acredito nos direitos e deveres iguais, mas na medida do possível. Há algumas funções que os homens desempenham melhor do que a maioria das mulheres e vice-versa. Em casa, acho que não há nada que uma boa conversa não resolva: se as mulheres cozinham, os homens lavam a louça, uai! Se eu sei instalar o DVD, meu namorado pode aprender a passar a própria camisa, não? Mas no trabalho a coisa costuma ser mais complicada. As mulheres ainda ganham bem menos do que os homens, mesmo na mesma função. O preconceito existe, mas quase ninguém fala sobre isso.
Há algum assunto que você não faz questão cobrir algum dia?
Não, acho que não. Se você conseguir bons personagens qualquer pauta pode ficar legal, independente do assunto.
Quais foram os pontos positivos e negativos depois da sua entrada para o CQC?
Talvez o primeiro ponto positivo tenha sido aquela sensação boa que a gente tem quando consegue algo que queria muito. Foi tudo tão gostoso! Conheci alguns dos meus melhores amigos, aprendi uma nova e maluca profissão, o carinho das pessoas na rua... E os pontos negativos acabaram me ajudando também. O CQC me mostrou a maldade. É claro que a gente sabe que as pessoas podem ser más, cometem atrocidades e tal. Mas vivenciar a maldade é bem diferente. Você se pergunta: Será mesmo que uma pessoa é capaz de fazer isso? O CQC me fez perceber que sim, ela é. Os mundos da política, da fama e do futebol podem ser bem mais sujos e maldosos do que a gente imagina quando está em casa sentado em frente à televisão. Mas, como eu disse, isso também foi bom. Descobrir que o mundo não é cor de rosa e que nem todo mundo trabalha para o melhor pode te ajudar a se defender melhor. Foi isso que aconteceu comigo.
Como é a rotina de um repórter do CQC? Marcelo Tas dá dicas de abordagem e o caminho que as matérias devem seguir ou é tudo na base do improviso?
O CQC é sempre uma surpresa. Como dependemos dos eventos de cada semana, não temos uma rotina. Acho que eu ainda consigo me programar melhor porque costumo ir para Brasília com frequência, mas geralmente é uma bagunça [risos]! Somos meio bombeiros: temos que ficar de plantão, esperando a sirene tocar. Se aparece uma pauta a gente sai correndo! Às vezes nem dá tempo de fazer a maquiagem direito! O Tas é o âncora do programa. Ele não tem participação direta no trabalho dos repórteres. Quem trabalha mesmo com a gente são os produtores e os diretores.
Uma coisa que todo o mundo quer saber: como é a relação dos repórteres do programa atrás das câmeras? Vocês saem juntos, vão um à casa do outro...?
Ah, temos uma relação muito legal. Sou mais próxima do Cortez, do Danilo e do Oscar. Mas não conseguimos nos ver muito, quase sempre estamos em cidades diferentes por causa do CQC ou dos shows. De vez em quando assistimos o programa juntos ou saímos pra jantar. São meus amigos queridos! Sei que posso contar com eles pra tudo, sempre me ajudam muito.
Muitos, se não todos os repórteres do CQC fazem stand-up comedy. Você não. Por quê?
É, eu não tenho. Nunca pensei em fazer stand-up. Não sou este tipo de humorista, nunca quis ser. Se eu fizesse um show agora seria para aproveitar o sucesso do CQC e ganhar uma grana. Sei que devo estar perdendo uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro rapidamente, mas isso não me atrai. Durante muitos anos eu tive que trabalhar com coisas das quais eu não gostava para me sustentar. Não quero mais isso. Não quero mais trabalhar apenas pelo dinheiro. Quero estar envolvida em trabalhos que realmente me interessam, quero trabalhar com paixão, sabe?!
Desde quando entrou no programa, você faz sucesso com suas reportagens. Já recebeu convite de outras emissoras?
Ainda não recebi nenhum convite, não. Esta é apenas a minha segunda temporada no CQC e estou muito feliz na Band. Mas ainda quero fazer muitas coisas diferentes na TV, trabalhar como atriz por exemplo. Quem sabe no futuro...
E o que fez você sair da carreira de atriz e se interessar a integrar o time do CQC?
Eu sempre fui muito fã do CQC e a carreira de atriz é muito instável. Então pensei em mudar um pouco o foco. Mas uma coisa não exclui a outra. Nunca deixarei de ser atriz e adoro ser repórter do CQC.
O papo que mais rola na internet agora envolvendo seu nome é sua saída do Twitter...
Pois é... Eu resolvi sair do Twitter porque acabei me viciando. Cheguei a passar seis horas seguidas twitando, era muita perda de tempo! E, apesar de sentir falta da troca de ideias e do carinho das pessoas, não pretendo voltar. Acho que computador não é comigo, não. Eu também não tenho Facebook e nem estou em nenhum outro site de relacionamento. Também não tenho paciência com aquele pessoalzinho que entra na internet pra falar bobagem, ofender as pessoas, falar coisas preconceituosas. O cara está frustrado com a própria vida e sai despejando seu ódio. Uns covardes, isso sim. Na internet todo mundo é machinho, né? O mundo virtual não me atrai não, prefiro gente ao vivo e a cores. Devo ser ultrapassada, fazer o quê? [risos]...
Você é uma mulher bonita.... Conta aí: recebe muita cantada durante as reportagens?
Quando gravo com o povo nas ruas ou em algum estádio sempre rolam umas brincadeirinhas, alguém grita alguma gracinha, mas nada sério. É sempre muito engraçado!
Já levou cantada de algum famoso?
Mas de algum famoso? Hummm... Não, não, não. Bem que eu gostaria, mas não não não. Brincadeira [risos]".
Aos 29 anos, como você enxerga Monica Iozzi daqui a dez anos?
Ai... Eu poderia ter feito um filme do Almodóvar e ganhado o Urso de Prata de Melhor Atriz! Imagina? A lôka [risos]! Eu quero estar mais madura, sinto falta de maturidade. Deve ser bom ter quase 40 anos. Espero que eu esteja mais segura, mais calma, mais em paz comigo e com o mundo. Tenho quase 30 anos e ainda sou uma bomba relógio! Espero que aos 39 eu seja mais mulher e menos "menina maluquete caótica".
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